Mesmo com a decadência dos festivais, a televisão em especial, colhe ainda hoje, frutos da época em transmitia e até influenciava no desenrolar dos mesmos. Grande parte do desenvolvimento televisivo brasileiro, foi alcançado graças à MPB, através dos festivais, os quais, como já foi dito, eram(inicialmente) transmitidos pela TV Excelsior, prosseguiram na TV Record. Esta última, no auge dos grandes festivais, chegou a ser chamada de “TV dos festivais” (ou “TV dos musicais”) evidenciando a forte relação entre a TV e os festivais, embasada na grande audiência que estes eventos proporcionavam. Foi também deste enlace entre o mundo televisivo e a música que se possibilitou o surgimento do chamado “iê iê iê”, estilo melódico e letrista menos engajado da MPB. Porém, essa nova forma de fazer música apresentava-se perfeita aos moldes de televisão, pois, teria uma maior capacidade de penetração e reprodução, chegando assim com mais facilidade a almejada audiência. O ““iê iê iê” teve como principais representantes, Erasmo, Wanderléia, Roberto Carlos, entre outros. Estes, formando a chamada Jovem Guarda, compunham inspirados basicamente nas canções dos “Beattles”, que por sua vez, em suas canções, utilizavam de recursos musicais de puro cunho fonético como o “iê iê iê”, daí o nome do movimento.
Em contra partida, nascia também a Tropicália que teve Caetano Veloso e Gilberto Gil como principais representantes. Essa corrente de expressão vinha com o intuito de resgatar ou confirmar a brasilidade musical, além de algum viés político, já que era impossível manter-se indiferente à ditadura militar vigente na época. Contudo, aproveitando seu caráter musical, a TV Record passou também a realizar shows com astros internacionais como Marlene Dietrich, Louis Armstrong e a criar programas como Bossaudade e Jovem Guarda. Assim, aproveitava-se de um mercado altamente lucrativo, já aberto e consolidado pelos festivais da canção.
Essa potencialidade financeira dos festivais ficou ainda mais evidente, quando começaram a ser produzidos no Brasil os primeiros discos de vinil (78 rotações). Assim logo, logo começaram a ser vendidos nos shows e lojas, garantindo uma maior efetividade do caráter consumidor do público dos grandes festivais. Com todo esse viés mercadológico, os festivais que no início eram apenas transmitidos pela TV, passaram agora a ser produzidos por ela. A articulação das transmissoras junto às gravadoras e outros órgãos interessados na constante expansão do mercado de consumo musical, foi aos poucos invadindo e subjugando o cenário dos festivais. Iniciativas como a da Secretaria de Turismo de Guanabara, que criou o “FIC – Festival Internacional da Canção” - com intuito de estimular o turismo na região – deixavam claro o aproveitamento dos eventos musicais com o intuito lucrativo.
As gravadoras, que no início recusaram-se a investir nos festivais, agora patrocinavam (ainda que não oficialmente) candidatos, chegando até a contratar “torcidas de aluguel” com objetivo de alavancar os artistas de suas “preferências”. Um dos grandes exemplos do uso desse tipo de recurso foi o festival de 1967, quando Jair Rodrigues foi desclassificado por causa da pequena torcida de sua gravadora. Torcida esta que, após a invalidação de seu “candidato” dedicou-se a vaiar qualquer artista que subisse ao palco, demonstrando assim nenhum comprometimento com o evento. Assim, os festivais foram perdendo toda a sua essência, e se antes eram uma forma de protesto contra a ditadura, ou instrumento de descoberta de uma nova identidade musical, passaram a assumir um caráter meramente comercial. Os shows e os cd´s perderam a qualidade, pois passaram a ser produzidos em escala industrial e de acordo com as “necessidades” de mercado. Já os artistas que antes atuavam com liberdade, ficaram sob a autoridade das gravadoras e redes de televisão, sendo obrigados a obedecer às regras e determinações impostas por elas.
Em contra partida, nascia também a Tropicália que teve Caetano Veloso e Gilberto Gil como principais representantes. Essa corrente de expressão vinha com o intuito de resgatar ou confirmar a brasilidade musical, além de algum viés político, já que era impossível manter-se indiferente à ditadura militar vigente na época. Contudo, aproveitando seu caráter musical, a TV Record passou também a realizar shows com astros internacionais como Marlene Dietrich, Louis Armstrong e a criar programas como Bossaudade e Jovem Guarda. Assim, aproveitava-se de um mercado altamente lucrativo, já aberto e consolidado pelos festivais da canção.
Essa potencialidade financeira dos festivais ficou ainda mais evidente, quando começaram a ser produzidos no Brasil os primeiros discos de vinil (78 rotações). Assim logo, logo começaram a ser vendidos nos shows e lojas, garantindo uma maior efetividade do caráter consumidor do público dos grandes festivais. Com todo esse viés mercadológico, os festivais que no início eram apenas transmitidos pela TV, passaram agora a ser produzidos por ela. A articulação das transmissoras junto às gravadoras e outros órgãos interessados na constante expansão do mercado de consumo musical, foi aos poucos invadindo e subjugando o cenário dos festivais. Iniciativas como a da Secretaria de Turismo de Guanabara, que criou o “FIC – Festival Internacional da Canção” - com intuito de estimular o turismo na região – deixavam claro o aproveitamento dos eventos musicais com o intuito lucrativo.
As gravadoras, que no início recusaram-se a investir nos festivais, agora patrocinavam (ainda que não oficialmente) candidatos, chegando até a contratar “torcidas de aluguel” com objetivo de alavancar os artistas de suas “preferências”. Um dos grandes exemplos do uso desse tipo de recurso foi o festival de 1967, quando Jair Rodrigues foi desclassificado por causa da pequena torcida de sua gravadora. Torcida esta que, após a invalidação de seu “candidato” dedicou-se a vaiar qualquer artista que subisse ao palco, demonstrando assim nenhum comprometimento com o evento. Assim, os festivais foram perdendo toda a sua essência, e se antes eram uma forma de protesto contra a ditadura, ou instrumento de descoberta de uma nova identidade musical, passaram a assumir um caráter meramente comercial. Os shows e os cd´s perderam a qualidade, pois passaram a ser produzidos em escala industrial e de acordo com as “necessidades” de mercado. Já os artistas que antes atuavam com liberdade, ficaram sob a autoridade das gravadoras e redes de televisão, sendo obrigados a obedecer às regras e determinações impostas por elas.